Saturday, October 28, 2006

Damascos com gorgonzola

Foi em casa de uma amiga de mamã que Marie Amélie conheceu estes damascos recheados com gorgonzola. Não tem mistério, aliás é tão fácil de fazer que dá até vergonha de chamar de receita.

Mas vamos lá.

Misture um bocado de gorgonzola, temperatura ambiente, com um pouquinho de requeijão, ou cream cheese ou cotagge. Prefiro com requeijão, acho que o sabor combina melhor, mas depende do paladar de cada um. O importante é usar um queijo cremoso para dar "liga" com o gorgonzola, que é mais duro.

Corte os damascos secos ao meio, mas não até o fim; o objetivo é fazer uma meia conchinha.

Recheie com o gorgonzola.

Arrume bem bonitinho.

Coma.

Repita. :)

As fotos não ficaram boas... :(



Thursday, October 26, 2006

Slow food celebration

O Italian Slow Food Movement comemora 20 anos com o Salone Del Gusto em Turim.

O evento paralelo Terra Mãe vai reunir 5 mil agricultores de 130 países, fora as discussões sobre a biodiversidade mundial e as premiações aos cientistas e pesquisadores que trabalham para melhorar as condições alimentares no planeta, por exemplo, aperfeiçoando sementes.

Para saber mais é só checar a página do Slow Food.

Tuesday, October 24, 2006

Azedinhas do Municipal

As azedinhas do Municipal são as balinhas azedas vendidas no Theatro Municipal. Teve época em que eram vendidas em boxes de papel, hoje são essas caixinhas de acetato bonitinhas com o símblo do Municipal em dourado. São perfeitas para ver um balé, uma ópera, um concerto sem o barulho insuportável de embalagens de plástico sendo rasgadas. A diferença é que antigamente eram redondinhas.

Desde que Marie Amélie se conhece por gente que ela vai ao Theatro Municipal. E desde que vai ao Theatro Municipal Marie Amélie pega compra suas azedinhas.

O gosto é... azedinho. :)



Um livrinho

Senhores leitores,

eu poderia estar roubando o bolinho de fubá alheio, eu poderia estar passando as medidas erradas daquele receita especial e eu poderia ainda estar torcendo para o seu molho bechamel desandar, a sua massa solar e o seu assado queimar, mas, não, eu estou aqui só para dizer que Marie Amélie gostaria muito de ganhar o livro Ervas & Especiarias com suas Receitas, de Nelusko Linguanoto Neto, da Gaia Editora.

Custa apenas R$ 128. ;)

Monday, October 23, 2006

Ode ao ovo

Essa crônica de Luís Fernando Veríssimo foi publicada em 1999. Espero, sinceramente, que ele não resolva processar este bloguinho pela reprodução. Gourmet profissional que é, certamente entende o que é ficar com a boca cheia d'água ao ler sobre um ovo frito, com a borda de renda marrom, a gema molinha...


O Ovo

(Luís Fernando Veríssimo)

Agora essa. Descobriram que ovo, afinal, não faz mal. Durante anos, nos aterrorizaram. Ovos eram bombas de colesterol. Não eram apenas desaconselháveis, eram mortais. Você podia calcular em dias o tempo de vida perdido cada vez que comia uma gema.

Cardíacos deviam desviar o olhar se um ovo fosse servido num prato vizinho: ver ovo fazia mal. E agora estão dizendo que foi tudo um engano, o ovo é inofensivo. O ovo é incapaz de matar uma mosca. A próxima notícia será que bacon limpa as artérias.

Sei não, mas me devem algum tipo de indenização. Não se renuncia a pouca coisa quando se renuncia ao ovo frito. Dizem que a única coisa melhor do que ovo frito é sexo. A comparação é difícil. Não existe nada no sexo comparável a uma gema deixada intacta em cima do arroz depois que a clara foi comida, esperando o momento de prazer supremo quando o garfo romperá a fina membrana que a separa do êxtase e ela se desmanchará, sim, se desmanchará, e o líquido quente e viscoso escorrerá e se espalhará pelo arroz como as gazelas douradas entre os lírios de Gileade nos cantares de Salomão, sim, e você levará o arroz à boca e o saboreará até o último grão molhado, sim, e depois ainda limpará o prato com pão. Ou existe e eu é que tenho andado na turma errada. O fato é que quero ser ressarcido de todos os ovos fritos que não comi nestes anos de medo inútil. E os ovos mexidos, e os ovos quentes, e as omeletes babadas, e os toucinhos do céu, e, meu Deus, os fios de ovos. Os fios de ovos que não comi para não morrer dariam várias voltas no globo. Quem os trará de volta?

E pensar que cheguei a experimentar ovo artificial, uma pálida paródia de ovo que, esta sim, deve ter me roubado algumas horas de vida a cada garfada infeliz. Ovo frito na manteiga! O rendado marrom das bordas tostadas da clara, o amarelo provençal da gema... Eu sei, eu sei. Manteiga ainda não foi liberada. Mas é só uma questão de tempo.

Friday, October 20, 2006

Falando em temperos...

... anos atrás fui no Shopping dos Sabores, uma galeriazinha na General Polidoro, nos fundos do Hortifruti. Não sei se a loja ainda existe, mas era um box pequenino, uma Casa Pedro em miniatura. A dona, uma loura simpática, começou a conversar e papo vai, papo vem, contou que tinha uma cliente que todo mês passava por lá e comprava um quilo de orégano.

Um quilo de orégano é muito óregano. Se bobear tem pizzaria que não dá conta de tudo isso em um mês.

Foi quando ela me explicou que a freguesa era obcecada por orégano. Colocava quantidades industriais em tudo que preparava: carne, peixe, massas, feijão e arroz. Devo ter feito um cara de nojinho junto com meu comentário "Orégano no arroz? Quem come isso! Como cozinha mal!" porque mamã olhou para mim, deu seu melhor sorriso de mamã e falou "Que isso, filha, não é bem assim, cada um com seu paladar", com ênfase no "filha".

Até hoje quando vejo um vidrão de orégano em lojas de tempero lembro da história da moça que fazia arroz com muito orégano. Geralmente essa memória vem acompanhada de um calafrio percorrendo a espinha de Marie Amélie.

Temperar é uma arte

Comida sem tempero é como cerveja sem álcool, Natal sem presente e férias sem dinheiro: ruim.

Natal com muitos presentes e férias com dinheiro sobrando são ótimos, cerveja com álcool é bom, mas comida com tempero sobrando é ruim demais.

Por exemplo, a praga do alecrim em excesso.

O alecrim é uma erva delicada, de aroma delicioso. No Mediterrâneo, era usado contra o mau-olhado, emblema do amor e símbolo da saudade. Dá um upgrade merecido em muita receita sem brilho.

Só que tem quem não saiba usar o alecrim - ou qualquer outra erva. Meu almoço de hoje foi justamente batatas coradas com filé ao molho madeira. E tome alecrim no molho, nas batatas, na carne, vários galhinhos, grandes e duros feito piaçava.

E o garçom ainda perguntou se estava bom.

The horror, the horror.

Wednesday, October 18, 2006

Tarte de amêndoas

Mamã chegou de viagem e sendo a melhor mamã do mundo merecia um momento Marie Amélie. A receita peguei no Momentos da Cris. Bem fácil, mas, como dá para perceber, os lados queimaram porque o forno chez Marie Amélie é muito forte. A massa poderia ter ficado mais fofa, mas cismei de acrescentar um pouco mais de farinha e aí já viu.

Ah, sim. Os cravos em volta da torta não são apenas para decoração. São para afastar as formiguinhas, que não dão trégua por aqui. :)

Ah, bacalhau

E também da BBC, uma matéria bem interessante sobre o peixe favorito de Marie Amélie, o bacalhau. Que, como todos sabemos, está ameaçado de extinção (!). Mas felizmente alguns países estão tomando medidas para evitar tamanha tragédia.

Vidão

Artigo curioso sobre comida e diplomacia, da BBC. As delícias de top class free food, com alguns choques culturais no percursso.

Tuesday, October 17, 2006

Antes de começar...

... vamos esclarecer algumas coisas:

- Marie Amélie (oui, moi) DETESTA maionese. Caseira ou industrial, maionese é lixo.
- ODEIO estrogonofe.
- Creme de leite na comida é um absurdo.
- Não como manga, jaca ou fruta-de-conde.
- Quiabo e jiló são grandes traumas de infância.
- Tomar leite condensado puro é nojento.
- Carne com nervo só diante de um pelotão de fuzilamento.
- Abacate é para ser comido com açúcar.
- Lavar louça é chato, mas secar é muito pior.
- Barulho de batedeira é insuportável.
- Desperdício é uma afronta em um mundo com tanta gente passando fome.
- In vino veritas.

Marie Amélie cozinha bem, mas não tem saco para esperar a água ferver, o banho-maria acontecer, o fogão aquecer. Então, quando põe a mão na massa é um verdadeiro ato de amor àqueles que vão comer, já que nem por ela mesma teria tanta disposição.

E estamos combinados.