Wednesday, February 28, 2007

Quem não tem processador vai de faca

Listinha com must-have acessórios para a cozinha.

Liqüidificador, temperos e ervas, processador, entre outros.

Marie Amélie não tem processador.

Vai de faca mesmo.

Monday, February 26, 2007

Almoço

Biscoito goiabinha e Coca light.

:/

Monday, February 19, 2007

Eu sou um pêssego

Saturday, February 17, 2007

Arroz de camarão



Esse aqui não tem mistério, simples, simplezinho, feito pela superajudante.

Corte uma cebola média em pedaços pequenos e junte dois alhos espremidos, meio pimentão verde, meio pimentão vermelho e um tomate inteiro muitos bem picados, miudinhos mesmo, mais uma pitada de sal e pimenta do reino, coentro e salsa a gosto. Tudo na panela com bastante azeite para refogar duas xícares de arroz.

Pegue meio quilo de camarão e, se ainda tiver que descacar, separe as cascas e coloque-as em uma panela com água. Deixe ferver, guarde a água e jogue fora as cascas. Dê uma meia cozinhada nos camarões. Pegue a água das cascas e faça o arroz. Quando ele estiver quase pronto, acresente mais azeite e os camarões, que vão acabar de cozinhar ali.

Não deixe o arroz secar de todo.

Sirva.

Quentinho.

Repita.

Esqueci das bebidas!!!

Esqueci de falar que Monsieur Gorducho caiu dentro dos Mojitos e moizinha Marie Amélia, foi de Mimosa, que é champanhe (ou espumante) com suco de laranja.

Prefiro o bom e velho Bellini, champanhe (ou espumante) com suco de pêssego, mas como não tinha.

Aliás, fui de várias Mimosas.

Um mimo.

Tuesday, February 13, 2007

O menu

Post atrasado em uma semana, mas vamos lá.

No glorioso dia do bolinho (tradução: do aniversário), Marie Amélie e Monsieur Gorducho foram ao Carlota.

O couvert era uma torrada comprida, temperada com alecrim para molhar em um molho de queijo derretido (humm, bateu a dúvida quanto ao tipo de queijo).

De entrada pedimos um mix de rolinhos, que tinha shumai (rolinhos no vapor de camarão, nirá e shitake e molho balinês), rolinho de pato Pequim, rolinho vietnamita de camarão e legumes, enroladinhos de berinjela com recheio de queijo, mais um enrolado com ovas que estava espetacular. Como a fome era graaande, ainda fomos de croquettas de procciutto com queijo gruyére e um outro bolinho que não deixou impressão.

O prato principal de Marie Améllie foi filet mignon, molho de vinho do porto e balsâmico e risoto de figos. É dever de Marie Amélie dizer que o risoto de figos estava qualquer coisa. Monsieur Gorducho preferiu lulas grelhadas com risoto de camarões com camembert. Tudo muito bom, apetitoso, ai que vontade de repetir.

Na hora dos doces... bom, não dá para acertar sempre, né? Escolhi uma torta de damascos com crema catalana (a versão espanhola do creme brulé), mas não foi bem o esperado. Os damascos, deliciosos, estavam úmidos e arrumados em forma de tortinha. Até aí tudo bem. O creme catalana, vinha por baixo e estava bom. Horror dos horrores, havia uma espécie de creme para acompanhar que eu pensei ser uma versão diluída do catalana.

Ledo engano.

Era algo similar a leite condensado, o que Marie Amélie d-e-t-e-s-t-a.

Ah, Monsieur Gorducho? A sobremesa de Monsieur Gorducho consistia em ovos nevados com molho de coco, lichias, e gengibre confitado. Detalhe: tudo montado em uma camada de sagu. Ele, que é louco por sagu, quer tentar fazer em casa. Eu, como vocês sabem, aprovo.

No presente momento, no escritório, Marie Amélie come cream crackers.

A seco.

:)

Tuesday, February 06, 2007

Bolinho!

Parabéns para mim!

:)

Friday, February 02, 2007

Dódó

Quando eu era pequena, tão pequena que não lembro, falava dódó em vez de vóvó, trocando o v pelo d. Nessa época meus avós moravam em uma casa imensa, com uma cozinha grande e cadeiras borboleta turquesas.

Minha avó nunca dava balas ou refrigerantes para a gente, minha mãe não queria e estragava os dentes, dentista custava caro. Vovó foi moça pobre e, se a vida melhorou, também nunca deixou de ser de muito trabalho. Sabia o valor do dinheiro.

Para mim e meu irmão, ela fazia as coisas que só avó faz. Mingau para ele; para os dois, ovos estrelados na manteiga, com a borda marrom feito renda, sempre que a gente pedia (e nós queriamos sempre), mas com a condição de comer o arroz e o feijão e a salada também. E minha mãe brigava, só um pouquinho, que ela fazia todas as nossas vontades.

Eu olhava para o prato e imaginava o feijão como uma montanha, o arroz era o deserto e a salada a floresta. O tempo passou e esqueci o que pensava que era o mar. Também perdi na memória o que ela fazia só para mim, a sua Raquelzinha.

Minha avó cozinhava bem. Não era cozinha sofisticada, mas era farta, boa. Bacalhoada, frango na cerveja. Minha mãe era criança e fez aniversário, ela preparou um peru. Um convidado virou e falou: "Me passa uma perna desse galo!". Vovó ficou passada.

Na casa da minha avó tinha uma mangueira enorme e ela pedia para um empregado pegar as mangas com aquela vara comprida com lata amarrada na ponta. Ela e meu irmão chupavam as mangas e eu só olhava, porque não gostava. Mas sempre tentava usar o pega-manga sozinha. Era pesado e eu, sem jeito.

Ela fazia arroz de tomate. Refogava o arroz e jogava uns pedacinhos bem miudinhos de tomate, quando ficava pronto, o arroz ganhava uma coloração ligeiramente avermelhada, um sopro de cor, com minúsculos fiapinhos de tomate aqui e ali.

O pudim de leite dela era sempre fresquinho, saído do forno, quentinho porque era como meu avô adorava.

Quando resolvia fazer cocada branca, eu ficava rondando, porque vóvó ralava o coco ela mesma e aqueles pedacinhos que ficavam muito pequenininhos para ralar sem machucar a mão eram meus. As cocadas dela esfriavam em cima do mármore da pia, branquinhas por fora, puxas por dentro. Às vezes, vovó fazia cocadas pretas, ou mais moreninhas, mas todos queriam as brancas. Ninguém jamais fez cocadas brancas melhores.

Minha avó deixava o arroz pegar um pouco na panela de propósito, só porque sabia que eu e meu irmão gostávamos da rapinha queimada.

Hoje faz 16 anos que minha avó morreu.

Saudades, dódó, saudades.

Muitas saudades.